Cap 5- Caindo
Justin: Calma, (seu Nome), sou eu.
(Seu Nome): Amanda quer me pegar.
Justin: Quem é Amanda? Não havia ninguém
aqui.
Saí dos braços de Justin. Ele me fitava com
uma confusão em seus olhos.
(Seu Nome): Desculpa, eu... O que você está
fazendo no banheiro feminino?
Justin: O bar fechou e eu escutei alguém
gritando no banheiro.
(Seu Nome): Fechou?
Justin: São onze horas, (Seu Nome). Esperei
você no portão, mas você não apareceu.
(Seu Nome): Se o bar está fechado, como
você entrou?
Justin: O bar é de amigos meus. Eles vão
estudar com a gente amanhã, inclusive.
(Seu Nome): Ah. Então, o que você queria
comigo?
Justin: Por que não saímos do banheiro
feminino primeiro?
Sorri e ele me levou até a sala de jogos de
volta. Realmente estava vazio. Não sei como todas aquelas horas passaram por
mim sem eu perceber. Eu estava ficando louca? Justin foi até a mesa de sinuca e
pegou dois tacos. Pegou as bolas (não essa, sua mente pervertida, as da mesa de
sinuca) e colocou-as sobre a mesa.
(Seu Nome): O que você está fazendo?
Justin: Respondendo suas perguntas.
(Seu Nome): Com sinuca?
Justin: Sim. Você acerta, eu respondo. Você
erra, eu peço algo de você.
(Seu Nome): Como o que?
Justin: Jogue para ver.
(Seu Nome): É injusto, eu não sei jogar.
Justin: Então tá. Boa noite, (Seu Nome).
Disse ele, fazendo menção para ir embora.
Mas era minha única chance de descobrir algo dele.
(Seu Nome): Tudo bem, vamos jogar.
Ele voltou todo animado.
Justin: Comece.
(Seu Nome): Me explique as regras.
Justin: Sem regras. Você só tem que acertar
as bolas na caçapa.
Olhei para a dezena de bola na mesa e
foquei na vermelha. Nada feito. Ela bateu na azul e parou longe da caçapa.
(Seu Nome): Ops...
Justin: Vou dar uma chance para você. Minha
vez.
Ele bateu na bola que eu tinha errado, e
como se ela tivesse um imã, entrou na caçapa.
Justin: Ok. Treino. Agora vai valer.
Me deitei sobre a mesa e pude sentir os
olhos de Justin sobre mim. E o leve sorriso que abriu na boca dele também.
Mirei a bola amarela, mas assim como a vermelha, ela passou longe da caçapa. Se
eu tivesse que ganhar dinheiro como jogadora de sinuca, morreria pobre.
Justin: Hum. – Ele disse, avaliando a
situação. – Te desafio a... Soltar o cabelo.
(Seu Nome): Soltar o cabelo?
Justin: Isso.
(Seu Nome): Por que?
Justin: É o trato. Solte o cabelo.
(Seu Nome): Mas ele está todo marcado e...
Justin: Você fica bonita de cabelo solto.
A declaração me pegou de surpresa. Soltei
meu cabelo.
Ele deu um sorriso e pareceu ter gostado de
me ver assim. Corei ao peso de seus olhos. Ele voltou sua atenção para o jogo.
Desta vez foi ele quem se deitou sobre a mesa, e então vi algo reluzir. Uma
corrente escorregou para fora da camisa e brilhou sobre a mesa. Pude ler a
corrente: JDB-Montreal. Ele percebeu e perdeu sua atenção, errando a bola azul
e fazendo que ela passasse longe da caçapa.
(Seu Nome): Parece que eu tenho direito a
uma pergunta...
Ele me olhou torto, mas riu. Por um segundo
pensei ter visto dúvida nos olhos dele. Com certeza ele não esperava perder
aquela tacada.
Justin: Manda...
(Seu Nome): O que significa essa corrente e
por que você nunca mostrou ela?
Justin: Uma pergunta, não duas.
(Seu Nome): Tá, o que significa
JDB-Montreal.
Justin: As iniciais do meu nome e a cidade
de onde eu vim.
(Seu Nome): Então você veio do Canadá?
Ele me olhou desconfiado.
Justin: Isso é outra pergunta.
(Seu Nome): Então tenho que jogar
novamente.
Justin: Sim, mas agora é minha vez, meu
anjo.
Anjo. A lembrança de Justin
com asas e depois caindo me voltou como um raio e me atingiu em cheio.
Ele pegou a bola e a acertou direto na
caçapa. Depois me olhou de um jeito que parecia fazer muitas promessas.
Justin: Quero saber se você dorme nua.
(Seu Nome): Como?! – Eu disse, perguntando
estarrecida.
Justin: Quero saber se você. Dorme. Nua.
Ele disse, fazendo uma pausa nas últimas
palavras. Larguei o taco em cima da mesa. Como ele poderia me fazer uma
pergunta dessas?
(seu Nome): Você não pode me perguntar
isso.
Justin: Por que não? É o trato, não é? Você
perguntou e eu respondi...
(seu Nome): Não quero mais jogar então.
Justin: Podemos mudar de jogo.
(Seu Nome): Podemos?
Justin: É só você me dizer.
(seu Nome): Então sim, mas que jogo?
Justin: Aí é surpresa. Topa ou não?
Ele disse, me estendendo a mão. Eu poderia
ficar alí, jogando e tentar descobrir mais alguma coisa. Ou eu poderia ir com
ele para um lugar totalmente desconhecido, jogar alguma coisa que provavelmente
eu não saberia jogar. Para minha surpresa e a dele, eu peguei a mão de Justin e
saímos do bar.
Justin estacionou na frente da escola.
Olhei para ele sem entender e ele apenas desceu de seu carro. Eu o segui até o
portão. A escola estava com as luzes todas apagadas e era possível escutar o
barulho de grilos de tão silencioso que estava sem os alunos.
(seu Nome): Fim da linha?
Justin: Só o começo.
(Seu Nome): Como assim?
Ele nem me respondeu. Apenas subiu o portão
e se jogou para o outro lado.
(Seu Nome): Você é louco?
Justin: Louco por quê?
(Seu Nome): Isso é ilegal!
Justin: Não é se não descobrirem...
(Seu Nome): Saia daí!
Justin: Você não vem?
(Seu Nome): Não!
Justin: Tudo bem então. Boa sorte com seu
trabalho de história.
Ele disse e virou de costas para mim.
(seu Nome): Espere!
E quando eu dei por mim, eu tinha pulado o
portão.
O segui pelas dependências da escola.
Estava tão escuro que eu não conseguia ver nada. Mas ele se movia tão rápido e
determinado que eu desconfiei que ele já havia feito aquilo antes. Paramos em
frente ao galpão que logo depois eu reconheci ser o ginásio da escola. Ele deu
um empurrão na porta e ela se abriu. Justin se afastou de mim por alguns
segundos e logo depois ele ligou as luzes do ginásio, fazendo meus olhos
arderem com a luz.
(Seu Nome): O que estamos fazendo na quadra
da escola?
Justin: Viemos jogar.
(seu Nome): O que?
Justin: Basquete.
(Seu Nome): Não sei jogar.
Justin: Eu posso ensinar tudo o que você
quiser. – Ele disse, com certa malícia na voz. – Eu já volto.
Ele saiu e foi para uma parte do ginásio
que eu não podia ver. Quando ele voltou, quicava uma bola de basquete. Veio em
minha direção e quando estava perto do aro, deu um salto e atirou a bola em
direção ao cesto, acertando-o de primeira.
(Seu Nome): Nunca vou conseguir fazer isso.
Justin: Quer desistir?
(seu Nome): Não, quero um jogo justo. Por
que você que tem que escolher os jogos?
Justin: Hãã... Por que sou eu que vai
responder as perguntas?
Bufei e peguei a bola dele, o que o deixou
surpreso, mas quando fui tentar uma cesta ele nem alcançou a altura do aro.
Justin riu.
(Seu Nome): Do que você está rindo?
Mas ele pareceu não me notar e caiu no chão,
com a mão na barriga. Eu estava com tanta raiva dele que parti pra cima dele e
comecei a dar taopas na barriga dele. De repente, ele prendeu meus pulsos.
Justin: Menina, nunca mais faça isso.
Justin foi se aproximando lentamente de
mim. Sua respiração já se confundia com a minha. Estávamos no ginásio e uma
música alta começou a tocar. “we are the champions, my friend...” e
então um barulho estranho começou. Abri os olhos. As paredes começaram a ruir.
E então elas todas desabaram.
(seu Nome): Não!
Justin: (Seu Nome), o que foi?
Abri os olhos novamente. As paredes ainda
estavam lá. O que só poderiam significar uma coisa... Eu tive uma visão. O
ginásio iria desabar.